Yago Oproprio repercutiu na internet na última semana após fazer um polêmico comentário envolvendo a cultura hip-hop. “Não me comparem com rappers, eu não sou rapper. Eu tenho um estilo próprio”, escreveu o cantor e compositor através de uma publicação em seu perfil no X (antigo Twitter).
Logo, inúmeros fãs do movimento e artistas se posicionaram contra Oproprio, que apareceu novamente nas redes sociais no último domingo (02) para pedir desculpas ao rap nacional e explicar que acabou generalizando o assunto.
“Desde que me entendo por gente, tive três pilares na minha construção artística; foi o funk, o rap e o samba, certo?! O rap, ele me salvou de lugares que muita gente não faz nem ideia, mano. Mas escutar as letras do Sabota[ge], do Black Alien, do Criolo, do Racionais… me fizeram estar aqui, hoje, vivo. Então, sou eternamente grato.”
– yago oproprio.
Na sequência, o autor de faixas como “Imprevisto” e “La Noche “mencionou o que o movimento já o proporcionou. “O rap também foi uma ferramenta de transformação na minha vida, pude dar uma condição melhor pra minha família, entendeu?! Antes eu trampava de office boy, já trampei de telemarketing, já trampei no shopping e sou eternamente grato ao rap por isso”, acrescentou.
O artista paulista também refletiu sobre a importância que leva a cultura. “O hip-hop, pra mim, é uma ferramenta de transformação social e isso não tá só presente nas minhas letras, onde eu faço uma crítica constante ao sistema e reforços à classe trabalhadora, mas também é uma filosofia que eu trago pra minha vida”, ressaltou.
“Eu integro um coletivo artístico ali na favela do Santa Cruz, onde nós fomentamos o estúdio, nós permitimos que vários moleques da quebrada possam ter o contato ali a primeira vez com o mic[rofone], com o fone, com os beats… E acaba descobrindo que é possível fazer um funk, um rap, um reggae, entendeu?! Então, o hip-hop, pra mim, é essa ferramenta de transformação social e é uma ideologia que eu carrego pra minha vida”, complementou ele.
“Referente ao tweet, mano, fui muito infeliz na minha fala, mas ela veio inflamada por vários motivos, né. Já escutei de muito MC que o que eu fazia não era rap. E nós vamos internalizando isso num lugar, isso vai virando uma dor, que o que eu fiz ali foi um desabafo pessoal, só que eu acabei generalizando de uma forma que feriu muita gente que admira meu trampo, que escuta meu som.”
– yago oproprio
Em seguida, Yago pontuou a versatilidade musical que busca explorar em sua arte. “A intenção ali foi de eu falar também que eu ia acabar lançando um samba. E o que vai me permitir fazer isso também, né, porque é isso; funk, rap e samba, pra mim, estão na mesma caixa – são expressões periféricas, é um instrumento, é uma ferramenta que dá voz ao povo e a todos que são marginalizados, e isso tá intrínseco a mim”, afirmou.
“Em nenhum momento eu quis diminuir nada, dimimuir a cultura, porque eu faço parte da cultura e isso tá dentro de mim. Sinto muito a todo mundo que feri, principalmente aos meus maiores ídolos, tá ligado?! Dexter, Thaíde… Os manos que fizeram o chão pra nós pisar hoje”, disse.
Concluindo o esclarecimento, o cantor lamentou a forma em que chegou até ícones que o inspiram. “Fiquei muito triste do meu nome ter ido parar na boca deles por conta dessas tretas de Twitter. Queria eu que fosse através da arte, mas infelizmente todo mundo erra, tô aqui aberto ao diálogo, disposto a conversar, na maior humildade, na maior sinceridade a todo mundo que quiser trocar uma ideia”, finalizou.
