O rapper e poeta Dupow, natural de Limeira e residente de Dublin, acaba de lançar sua nova faixa “Babilônia”, um projeto visceral que mistura desabafo pessoal e reflexões filosóficas profundas.
A música é, segundo o artista, uma espécie de carta para si mesmo, onde ele confronta suas frustrações e angústias.
Dupow revelou que a ideia para “Babilônia” surgiu após ouvir um longo podcast de Clóvis de Barros, onde foi apresentado mais profundamente às ideias filósofo Baruch Spinoza. O impacto foi tão grande que ele usou frases do filósofo e outras ditas no podcast para compor a música.
“Babilônia é uma carta de Dupow para Eduardo Pompei”, descreve ele, destacando o contraste entre seu nome artístico e sua identidade pessoal.
Além da inspiração filosófica, a música também nasce de uma raiva acumulada, resultado da pressão social para buscar fama e sucesso financeiro. Dupow critica a maneira como valores externos moldam nossas percepções de sucesso e felicidade, entregando uma letra carregada de questionamentos e força emocional.
Dupow começou sua jornada artística cedo, escrevendo poemas desde os 9 anos e mergulhando no rap aos 13 anos. Apesar de acumular mais de 50 faixas completas, ele só agora se sente pronto para compartilhá-las com o público.
Sua versatilidade é um dos pontos fortes: Dupow transita por Boom Bap, Trap, Drill, Pop, Jersey e até No Melody, recusando-se a ser rotulado em um único estilo.
“Não quero dar um rótulo ao público e também não pretendo cantar profissionalmente, porque sinto que um profissional na música perde toda liberdade pessoal”, explica Dupow.
A trajetória de Dupow é marcada por desafios e mudanças. Após uma adolescência conturbada, onde enfrentou problemas de comportamento e conflitos familiares, ele viveu com sua avó até os 15 anos, quando se mudou para Dublin, na Irlanda, com sua mãe. Lá, ele encontrou refúgio na filosofia estoica e na arte moderna, que hoje são suas maiores fontes de inspiração.
“Sempre tive problemas na escola, fui expulso de três, e isso gerava atrito em casa. A música e a arte foram minha válvula de escape”, compartilha o artista.
Mais do que uma música, “Babilônia” é um convite para refletirmos sobre nossa relação com o mundo e com nós mesmos. Dupow usa suas vivências e referências filosóficas para transformar sua frustração em arte, criando uma ponte entre a poesia introspectiva e o rap consciente.
Com “Babilônia”, Dupow prova que a música é, sim, um espaço para pensar, questionar e se expressar sem filtros. Para ele, o rap é mais do que um gênero: é uma ferramenta de autoconhecimento e resistência.