O artista, cujo nome verdadeiro é Carlos Cardoso Faria, é considerado foragido da Justiça após a expedição de um mandado de prisão no Rio de Janeiro.
A decisão foi tomada no dia 10 de outubro pelo 5º Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, após o cantor ser acusado de descumprir medidas protetivas concedidas à sua ex-namorada, Maria Eduarda Paim. Defesa do artista, nega este fato.
O caso, que envolve acusações de agressão, ameaças e perseguição, se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais recentemente.
Enquanto a defesa de MC Estudante afirma que ele está sendo vítima de uma perseguição, a ex-namorada relata uma sequência de episódios de violência e medo que, segundo ela, marcaram profundamente sua vida.
As denúncias de Maria Eduarda
Em entrevista concedida em junho para o G1, Maria Eduarda contou que viveu um relacionamento conturbado com o rapper, marcado por agressões físicas e psicológicas. Ela afirmou ter sido agredida na frente de outras pessoas, obrigada a se demitir de três empregos diferentes e até mantida em cárcere privado por três dias.
Também relatou que foi ameaçada de ter vídeos íntimos expostos e, por medo, decidiu procurar a Justiça e pedir medidas protetivas com base na Lei Maria da Penha.
As denúncias de Maria foram acompanhadas de imagens e relatos publicados nas redes sociais. Em alguns vídeos, que circularam amplamente na internet, o rapper aparece discutindo com ela e, em determinado momento, chega a empunhar uma faca.
Segundo a vítima, a cena ocorreu em meio a uma crise de ciúmes. Em outras ocasiões, ela afirma ter sido alvo de xingamentos e humilhações públicas nas redes sociais, em vídeos que teriam sido apagados logo depois.
Com o tempo, a situação se agravou. Mesmo após a decisão judicial que determinava o afastamento de Carlos, Maria Eduarda voltou à delegacia para relatar novas perseguições e ameaças. Foi a partir desses registros que a Justiça decidiu decretar a prisão preventiva do artista.
O que diz a defesa de MC Estudante
Para o G1, a defesa do rapper nega todas as acusações. A advogada Juliana Nascimento, responsável por representá-lo, afirmou que seu cliente nunca descumpriu nenhuma medida protetiva e que, na verdade, é ele quem estaria sendo vítima de perseguição.
Segundo ela, Maria Eduarda teria criado um ambiente de difamação contra o cantor, envolvendo familiares, amigos e até sua atual namorada.
Em nota, a advogada destacou que os vídeos citados pela ex-namorada foram gravados antes da decisão judicial que impôs as medidas protetivas, e que houve um equívoco na interpretação desses fatos.
A defesa também argumenta que Maria vai responder por racismo e denunciação caluniosa, alegando que teria inventado situações para prejudicar o rapper.
Juliana Nascimento afirma que Carlos chegou a registrar boletins de ocorrência contra a ex-companheira por calúnia, lesão corporal, ameaça e difamação. Ela classifica o caso como uma tentativa de destruição de imagem, destacando que o artista tem uma carreira pública e precisa se defender das acusações feitas em larga escala nas redes sociais.
O impasse judicial
O processo corre sob segredo de Justiça, já que envolve um caso de violência doméstica. Essa condição impede que documentos e detalhes do processo sejam divulgados ao público. Mesmo assim, a repercussão tem sido grande, alimentada por vídeos, publicações e declarações nas redes, tanto da vítima quanto de pessoas próximas ao rapper.
A polícia tentou cumprir o mandado de prisão na casa da mãe de MC Estudante, em Vargem Grande, na Zona Oeste do Rio, mas ele não foi encontrado. Desde então, é considerado foragido.
O advogado da vítima, Gabriel Oliveira, afirmou que a equipe jurídica de Maria Eduarda tem acompanhado de perto as diligências e espera que a Justiça seja cumprida o quanto antes. Ele reforçou que a prioridade é garantir a segurança da vítima e o cumprimento das medidas protetivas.
As possíveis consequências
Se comprovadas as acusações, MC Estudante poderá responder por crimes previstos na Lei Maria da Penha, incluindo agressão física, psicológica, cárcere privado e descumprimento de medida protetiva. As penas variam conforme a gravidade e as provas apresentadas. Caso o descumprimento das medidas seja confirmado, a prisão preventiva pode ser mantida até o julgamento final.
Por outro lado, se a Justiça entender que houve denunciação caluniosa ou falta de provas consistentes, a defesa pode pedir a anulação do mandado e o arquivamento de parte do processo. Por enquanto, o artista segue sem se apresentar às autoridades e sem divulgar nenhuma nota oficial pessoalmente.
