No Poesia Acústica 17, Lukinhas fala sobre o peso do sucesso sendo um homem preto

Em participação marcante no Poesia Acústica 17, Lukinhas abre o coração sobre as cobranças, inseguranças e desafios de ser um homem preto no top.

A nova edição do Poesia Acústica chegou carregada de emoção, reflexão e rimas que vão muito além da música. No Poesia Acústica 17, Lukinhas entrega uma participação marcada pela sinceridade e pelo desabafo sobre o que significa conquistar espaço sendo um homem preto em um país desigual.

Durante sua participação, o cantor não se esquiva de falar sobre as cobranças, inseguranças e barreiras que enfrenta diariamente.

Essa vida cobra demais da gente, principalmente quando você é um homem preto tentando dar certo em qualquer área profissional. Você se acostuma a ver pessoas com um padrão de beleza conseguindo coisas mais rápido que você, lugares que você também era capacitado para estar, reflete.

Para ele, o talento por si só não basta — é preciso ser “duas vezes melhor” para ter as mesmas oportunidades. A fala remete à icônica frase de Mano Brown e escancara o peso do racismo estrutural na indústria musical.

Não adianta você ser só bom quando você é preto, você tem que ser duas vezes melhor.

O custo emocional do sucesso

Além das barreiras externas, Lukinhas também aborda a luta interna que acompanha o crescimento profissional. Ele fala sobre o equilíbrio delicado entre o sucesso e a insegurança, e como, mesmo subindo degraus na carreira, a pressão só aumenta.

Ao mesmo tempo que você tá conquistando seu espaço, você fica ainda mais sendo um artista preto.

O cantor revela ainda a responsabilidade de ser o primeiro da família a alcançar destaque e estabilidade financeira.

Você fica pensando: caramba, mano, eu preciso ajudar eles, minha família depende de mim. Eu não posso errar, preciso acertar outra música, preciso lidar com isso.

Um olhar sobre relacionamentos

Sua participação também traz um toque pessoal e sensível ao abordar a chamada “monogamia duvidosa” — relacionamentos nos quais existe desejo de se envolver com outras pessoas, mas falta maturidade para lidar com a situação.

Eu englobei várias histórias, incluindo a minha e de amigos, para falar sobre um tema delicado, mas necessário.

Ao escrever o refrão, Lukinhas estava recém-saído de um relacionamento e fez questão de preservar os sentimentos de todos os envolvidos.

Tentei ser extremamente cuidadoso com tudo que eu falava para não magoar ninguém, nem a minha ex, nem a família dela.

Parceria que virou diálogo musical

A construção da música contou com a colaboração de Lucas Carlos, criando um efeito narrativo de “conversa” entre as duas partes de um término.

Eu ouvia a parte dele, que já estava pronta, e o Malak falou que as partes pareciam conversar. Então juntamos as ideias para criar essa troca entre as duas histórias.

Revela Lukinhas.

Uma carreira em ascensão

Com apenas quatro anos de trajetória, iniciada em 2020, Lukinhas já acumula mais de 205 milhões de streams no Spotify e Deezer, além de parcerias com alguns dos maiores nomes da cena urbana.

No Poesia Acústica 17, ele não só rima — ele entrega um retrato honesto da vida de um artista preto no Brasil, equilibrando sonhos, pressões e responsabilidades.

NARDONI

Carioca que não gosta de praia, apreciador de café e água com gáix, criador da RAP MÍDIA.

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