A espera acabou e a cena do Trap brasileiro está prestes a parar mais uma vez. Nesta quarta-feira, dia 10 de dezembro, Matuê oficializa o lançamento de seu aguardado quarto álbum de estúdio, intitulado Xtranho, com uma estratégia que reafirma sua genialidade não apenas como artista, mas como um visionário do marketing de guerrilha. Fugindo do óbvio das plataformas de streaming, o trapper cearense convocou o público para uma experiência física e imersiva no coração de São Paulo: uma audição gratuita no Vale do Anhangabaú, marcada para às 19h. A ação, orquestrada pela 30PRAUM, promete transformar o centro da cidade em um templo da cultura urbana, antecipando o que deve ser um dos discos mais impactantes do ano.
A escolha do Novo Anhangabaú para apresentar Xtranho ao mundo não é um movimento aleatório na carreira de Tuê. O local já foi palco de um momento histórico em 2024, quando o artista lançou o aclamado 333 suspenso em uma plataforma, criando uma imagem que rodou a internet e consolidou sua capacidade de mobilização. Retornar ao mesmo cenário para este novo capítulo cria uma narrativa de continuidade e domínio do espaço público. A promessa para a noite de hoje é de uma vivência sensorial completa, onde ambientação sonora e iluminação especial foram desenhadas para mergulhar os fãs na estética densa e misteriosa que o novo projeto propõe. É a prova de que, para a 30PRAUM, a música é apenas uma parte de um ecossistema muito maior de entretenimento.
A Prévia Sombria: “Meu Cemitério” e a Nova Atmosfera
Para preparar o terreno e ditar o tom do que está por vir hoje à noite, Matuê liberou na última segunda-feira (08) a faixa “Meu Cemitério”, a primeira amostra oficial de Xtranho. Se alguém esperava o “mais do mesmo”, foi surpreendido por uma sonoridade noturna, carregada de texturas e com uma lírica introspectiva que flerta com o suspense. A faixa funciona como um cartão de visitas para a nova era, indicando que o álbum deve explorar vertentes mais obscuras da fama e da vivência do artista. Versos como “Talvez a luz se esconda / Talvez ela nunca responda” sugerem um Matuê mais reflexivo, batalhando contra demônios internos enquanto observa os “lobos na ronda”.
A produção musical de “Meu Cemitério” já coloca a régua lá no alto para o restante de Xtranho. A faixa é uma composição solo do rapper, mas a arquitetura sonora envolve um time global de peso, com beats assinados pelo holandês Sapjer, o australiano Brvdy e o beatmaker Chronic. Essa conexão internacional traz um frescor necessário ao Trap nacional, introduzindo timbres e estruturas que fogem do padrão radiofônico convencional. O videoclipe que acompanha a faixa reforça essa atmosfera de filme de terror, rodado em um cemitério real com estética de câmera noturna e ruídos visuais propositais. É o caos controlado transformado em arte, transformando o macabro em um playground estético onde Matuê reina absoluto.
Estética Punk e o Lifestyle do Xtranho
Outro ponto que chama a atenção nesta nova fase é a direção de arte e o styling, elementos fundamentais na construção da marca Matuê. No clipe de estreia e nas peças de divulgação de Xtranho, o artista aparece vestindo peças co-criadas em parceria com a icônica grife Ed Hardy. Conhecida mundialmente por sua atitude punk e pela fusão com a arte da tatuagem, a marca traduz visualmente a rebeldia que o álbum parece carregar sonoramente. Essa colaboração vai muito além do vestuário; ela conecta a cultura urbana do rap com a agressividade estética do rock e do street style dos anos 2000, criando uma identidade visual única para este lançamento.
A expectativa para o evento de hoje à noite no Anhangabaú é gigantesca. A ideia de unir diferentes linguagens artísticas e gerações em um espaço público gratuito democratiza o acesso ao lançamento de um “blockbuster” da música nacional. Quem passar pelas estações São Bento ou Anhangabaú do metrô a partir das 19h vai presenciar não apenas uma audição, mas uma afirmação de poder da cena independente. Xtranho chega para questionar, incomodar e, acima de tudo, entreter com qualidade de nível mundial. Se o álbum seguir a densidade da faixa “Meu Cemitério”, estamos diante de um trabalho que não tem medo de explorar as sombras para brilhar no topo das paradas. A contagem regressiva começou, e São Paulo é o palco escolhido para esse espetáculo.

